22/10/07

Para além do Véu...

Sete mulheres encontram-se para celebrar a Vida... Uma delas sou eu. A percussão da música e a luminosidade desse dia aquecem a sala.
A cumplicidade entre nós é muito forte... Cada uma de nós tem a vontade de recriar os rituais ancestrais desta Dança Sagrada, a Dança do Ventre, prestando culto, cada uma a seu modo, à Mãe Terra...
Cada uma, ao seu ritmo, ao seu modo, respira Amor Incondicional e envia esse Amor para o Universo...
Um verdadeiro bailado de véus, de multiplas cores, dá imensa sensualidade e mistério à nossa Coreografia...
E é esse desvelar, esse "levantar do Véu" e de esconder o rosto e o corpo que também é feita a Dança da Vida...
Dançando profundamente, com todo o nosso Ser, redescobrimos a presença de Deus Pai Mãe que há em nós...
E eu peço à Vida, com a minha Dança, que me leve para além do Véu da Existência...






12/10/07

Mergulhar

Chegou a hora. O tempo urge. Respiro cada vez mais profundamente. Mergulho uma vez mais no Oceano interior das minhas emoções e sentimentos...
Inicialmente, sinto uma turbolência e agitação interior quase angustiante...
A maiêutica socrática e a dúvida são minhas companheiras neste mergulho. O azul índigo deste meu Ser vai sendo cada vez mais brilhante e sereno à medida que vou mergulhando cada vez mais e mais fundo...
Encontro o meu "lado sombra": os meus medos, raivas, inseguranças... Tal como uma pequena semente, enfrento a escuridão, a fragilidade e a solidão... Mas a pequenina semente é preseverante e tem imensa vontade de se transformar numa bela flor... Uma suave e simultaneamente intensa fragância começa a nascer...
Os meus pensamentos surgem como crianças brincando num belíssimo jardim, dançando harmoniosamente a mais bela das coreografias. A minha mente, inicialmente agitada como um cavalo selvagem indomável, começa gradualmente a serenar...
À medida que mergulho, ouço uma música celestial e vislumbro uma luz que me guia interiormente, conduzindo-me a uma Atlândida perdida. Ela esteve sempre no meu interior, qual tesouro precioso e singular, muito protegido e seguro...
E é nesta Atlândida perdida no meio do Oceano existencial que eu me encontro, bem como a ti , meu querido amor...